A gastronomia em 2025 promete um equilíbrio entre tradição e inovação, com tendências que reforçam a conexão entre produtores, estabelecimentos e consumidores. Parcerias com pequenos produtores ganham força, trazendo a origem dos alimentos para o storytelling dos restaurantes. Essa narrativa conecta o cliente à jornada do produto, valorizando práticas sustentáveis e a redução do desperdício – embora ainda enfrentemos o desafio do lixo gerado pelo delivery.
Fermentação e preservação, técnicas milenares da gastronomia oriental, continuam inspirando chefs ao redor do mundo. Cardápios fusion com influências asiáticas, especialmente de Coreia, Tailândia, Vietnã e Japão, seguem em alta, oferecendo experiências únicas como os super omakases e as novas confeitarias que exploram ingredientes e técnicas inusitadas. No entanto, um jantar em São Paulo continua sendo um investimento considerável.
O bem-estar e o wellness mantêm-se no centro das atenções, influenciando escolhas alimentares em diferentes faixas etárias. Enquanto a Geração Z prioriza delivery e um estilo de vida com baixo consumo de álcool, os consumidores mais maduros (50-60 anos) optam por cardápios plant-based, low carb e ricos em proteína.
A busca por tecnologias na gastronomia se intensifica, principalmente como resposta à escassez de mão de obra. Soluções que otimizam a experiência do cliente e a operação dos restaurantes são essenciais, mas levantam a questão: ao automatizar tanto, estamos perdendo a essência humana da hospitalidade?
Na prática, as mudanças também aparecem nos ingredientes. O pistache dominou a gastronomia brasileira, mas não consegui adaptá-lo ao meu restaurante. Já o boom dos cogumelos, com sua versatilidade e riqueza de sabores, rendeu criações como bebidas com shiitake que enaltecem o umami.
As tendências para 2025 consolidam um caminho: cardápios mais enxutos e focados, qualidade acima de quantidade, e uma execução impecável. O mindful eating e jantares mais longos ganham espaço, incentivando uma experiência de conexão entre os clientes e o momento presente. Inclusive, talvez seja hora de retirar os celulares dos restaurantes – um experimento que deu certo na escola do meu filho.
Por fim, o verdadeiro diferencial competitivo está na hospitalidade. Personalizar o atendimento transforma a experiência do cliente, tornando-a única e memorável. Comer fora tornou-se uma forma de lazer, e o desafio é entregar um valor que não apenas atenda, mas supere as expectativas. Afinal, boa comida e serviço já não são diferenciais – são o básico.